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22 de julho de 2011

As decisões do Conselho Europeu para enfrentar a crise das dívidas soberanas e do euro

Finalmente o estado maior da UE reconheceu o que todos já sabíamos há muito tempo: a crise das dívidas soberanas, afinal, é um problema global da zona euro e só pode ser enfrentado com a adopção de soluções europeias. Deixar cada país em dificuldade à sua sorte significaria, não só condenar esse País ao colapso, mas também pôr em risco o próprio euro e a UE.

A UE tem, nos últimos tempos, vindo a a assobiar para o lado recusando ver o que o senso comum vê.

Foi preciso ver o fogo bater à porta de uma das principais economias europeias, como é o caso de Itália, e ameaçar a Espanha, para perceber e reagir.

Finalmente adoptaram as medidas que qualquer pessoa endividada se lembra quando tem que encontrar solução para as suas dívidas: renegociar as condições de amortização da dívida, alargando os prazos que tem para as pagar, e tentar reduzir o serviço da dívida, tentando baixar a taxa de juro.

Isto já todos sabíamos que tinha que ser feito. E não se percebe porque demorou tanto tempo.

Durão Barroso dizia hoje que mais vale tarde do que nunca. É verdade. Mas esta hesitação provocou problemas que podiam ter sido evitados e causou danos nas economias mais frágeis que, com muita dificuldade e com muitos custos, nomeadamente sociais, serão superados.

As lideranças europeias, como muitos melhor colocados que eu têm dito, não têm estado à altura das suas responsabilidades.

Que bom seria que as medidas agora tomadas significassem o inicio determinado de um caminho para enfrentar, de vez, a crise que se abate sobre a Europa e que também se faz sentir nos EUA.

Mas, infelizmente, isso não é verdade.

A resolução da crise actual implica que se construa um equilíbrio entre, a necessidade de controlar as contas públicas dos estados membros, reduzindo os deficits e reduzindo a dívida, e a criação de condições para promover o crescimento da economia.

Uma solução que assenta, acima de tudo, em austeridade e mais austeridade é, necessariamente, recessiva e a recessão gera recessão.E não resolve nada.

Como alertaram hoje Krugman e Fishman, as soluções encontradas não são suficientes para enfrentar o problema.

Não se percebe porque se persiste na politica monetária do BCE que, em nome do controle da inflação, vai aumentando os juros e, assim, criando ainda mais problemas às empresas e às famílias.Uma politica monetária ajustada às necessidades reaias da economia é uma questão decisiva. Olhemos para os EUA e para a politica da FED e compare-mo-la com a do BCE. Não haverá nada que possa ser feito?

Não se compreende porque não são decididas medidas que permitam manter níveis de investimento compatíveis com o crescimento das economias mais fragilizadas, como sejam a criação de eurobonds ou a alteração dos sistemas de co-financiamento nacional para utilização dos fundos europeus.

Estas medidas são defendidas por muitos, e esta última já está a ser avaliada pela Comissão europeia. Mas precisa de ser mais aprofundada e decidida mais rapidamente. Não haverá nada que possa ser feito para contrariar o lamento do Presidente da Comissão Europeia?

Enfim...ainda temos muito que fazer.E a Europa e os seus cidadãos bem precisam.

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