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20 de abril de 2011

De independente e "militante" de movimentos civicos, a obcecado por um lugar de Estado

Fernando Nobre reafirma, em declarações ao Expresso de hoje, que " se não for eleito Presidente da Assembleia da Republica renuncia ao mandato". Com esta afirmação revela varias coisas. Em primeiro lugar, não percebe nada do que é a AR e que nao percebeu que nestas eleições não se elege o PAR, mas sim deputados. Ora Fernando Nobre afirma que não quer ser deputado, dai o aviso que nunca assumirá o lugar. Para quem apregoa a verdade e a transparência da política, não esta mal. Os cidadãos ja sabem em quem nao votar. Votar em alguém que não quer ser deputado seria uma grande maldade que se faria a um cidadao
Em segundo lugar, ao anunciar que irá apresentar um programa político para o cargo, revela, mais uma vez que não sabe onde está. Alguém, no PSD, tem que fazer a boa acção de lhe dar umas aulas de alfabetização política, para lhe ensinar que o PAR é escolhido pelos seus pares e que a sua mais nobre função é assegurar o normal funcionamento da AR, para que os deputados e os Partidos aí representados, exerçam, em boas condições, os seus mandatos e as suas competências. A hipótese de ter um PAR, que não tem a mínima ideia do que é um Parlamento, seria , no mínimo, uma grande irresponsabilidade.
Em terceiro lugar, e talvez isso seja o mais grave, revela um traço de carácter que não se coaduna com a função de deputado, quanto mais de PAR: revela um perfil autoritário e elitista, com completa ausência de sinais de humildade democrática, desrespeitando, e anunciando-o antecipadamente, que se esta nas tintas para as decisões soberanas dos eleitores.
Estes traços ja se evidenciavam durante a candidatura presidencial, mas agora foram ampliados com a soberba do lugar, a conquistar às costas de um Partido, depois de ter assegurado que jamais aceitaria candidatar-se numa lista partidária.
Todos podemos mudar de opinião, mas em 15 dias e sobre questões tão serias é demais.
A vaidade, por vezes cega. E aqui a razão da cegueira é um pouco mais que isso: neste caso a vaidade surge associada a tiques de autoritarismo, impreparação e oportunismo. A democracia ja tem problemas demais para resolver. Não nos façam perder tempo com mais estes. Por favor.

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