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13 de maio de 2010

A crise, a Europa e os remédios

Paulo Pedroso trouxe-nos mais uma oportuna e certeira reflexão sobre o problema da crise, actual que afecta a europa em geral e o nosso País em particular, e que está na origem das medidas de austeridade hoje anunciadas pelo Governo, com o apoio do PSD, apesar do, a meu ver inusitado, pedido de desculpas do seu lider.

E a questão é tão mais relevante quanto as medidas, que agora são tomadas pelo Governo Português, acontecem um dia depois de serem conhecidos os resultados da economia relativos ao promeiro trimestre. De facto, embora sem entrar em trinufalismos, a economia portuguesa mostrou que está a crescer e, por isso, as medidas agora apresentadas não estão relacionadas com o mau comportamento da economia, mas com a necessidade de acalmar os mercados financeiros.

Não sou economista e, por isso, posso não dominar todas as variáveis. Mas admito que os remédios, para enfrentar este ataque especulativo ao euro, poderiam ser outros. Soluções alternativas, em sentido diferente, implicariam, contudo, que a Europa tivesse outra visão e isso implicaria outros lideres e outras políticas. De facto, não é indiferente ter uma europa governada pela direita ou governada à esquerda.

Mas temos o que temos e os diferentes Países têm os governos que os seus cidadãos escolhem,

Noutra oportunidade - a propósito de um outro post de Paulo Pedroso sobre o recente anúncio de criação do Fundo Europeu ( o já chamado FMI europeu) e a decisão inédita do BCE de assumir a compra de dívida soberana, embora de forma indirecta, - dizia eu que, com essas medidas, aconteceu MAIS EUROPA. E essa é uma boa notícia. Mas para que essa noticia seja mesmo boa, importa que a mesma se aprofunde, através de paços concretos, com a construção de instituições europeias capazes de se assumirem como um verdadeiro governo europeu. E, como desafia Paulo Pedroso, que tenhamos a possibilidade de poder votar, neste caso contra, a Sra. Merkel.

Mas isto também não basta. Temos que, ao mesmo tempo, ser capazes de responder a uma pergunta simples: como queremos sair desta crise? com soluções, mesmo que europeias, de cariz neo-liberal, isto é, mais do mesmo, ou de cariz social-democrata?

Penso, sinceramente, que os problemas que afectam o mundo nos nossos dias, e também a Europa e Portugal, podem ter soluções mais amigas do desenvolviemnto e do bem estar dos Povos. Penso, sinceramente, que esta é, no mundo e na europa, a hora do socialismo democrático. As ideologias existem. E as escolhas são nossas.

Pensei que tinhamos aprendido com a última crise provocada pela subprime. Mas parece que não. Parece-me que Obama, com as ideias que trouxe para a maior economia do mundo e para a sociedade americana, anda muito sózinho. Deste lado do Atlântico não lhe dão ouvidos. Terá que ser assim?

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